Sábado, 28 de Junho de 2008
Ditadores e déspotas africanos, e não só africanos.
A quantidade exorbitante de séries sobre investigação criminal. O CSI então dá-me vómitos.
Patriotismos a roçar os nacionalismos aquando de competições desportivas tipo Euro 2004. O novo ópio do povo é a bola, disso não há grande dúvida.
Chatosofia, isto é, aquele tipo de filosofia, se é que é filosofia, cheio de “tecnalidades”, sobre assuntos chatérrimos que não interessam a ninguém, e que ninguém compreende, feita por pessoas que têm a mania que têm um QI superior aos simples mortais porque falam de coisas que os simples mortais não entendem. Eu caio por vezes nessa “chatilidade”, mas tento curar-me.
Advogados e outros “bichos” da jurisprudência. Não têm condições de trabalho e levam na marmita dos delinquentes ou dos familiares dos ditos, dizem eles. Azar! A maior parte deles merece, por causa das injustiças que se propõem defender – em troca de dinheiro – com conhecimento da asneira que estão a fazer, ou por causa do mau serviço que prestam, julgando mal em função da lei e não do que sabem ser eticamente louvável.
Broncos que se dão ares de intelectuais.
Intelectuais com aspecto de bronco.
Gente que não apanha a bosta que o seu cão deixa no passeio, fazendo conta que não viu.
Estou:
Sonoro: RADAR FM
Terça-feira, 17 de Junho de 2008
1º Gajas incomodadas quando não consigo desviar os olhos dos seus gigantescos decotes de onde saltam pares de mamas arrebitadas por soutiens com mais arames que as pernas do Eusébio e do Mantorras juntos. Será que elas nunca ouviram dizer que “quem anda à chuva molha-se”? Ou esperam que eu tenha uma atitude desinteressada, talvez até gay? Desenganem-se
2º Protestos por tudo e por nada. Profissionais do protesto. Insatisfeitos e falhados em geral. Pseudo comunas com comportamentos burgueses. Revolucionários com pena de não terem vivido o Maio de 68 mas que não abdicam do Ipod e de arranjar um tacho. Enfim... merdosos(as) armados em puros.
3º Astronautas da tanga, doutorados em doutoramentos e pós-doutoramentos sem pingo de imaginação ou inovação. Enfim...pseudo puros e puritanos armados em merdosos.
Sonoro: do J. Brell - não sei o nome
Estou:
Quinta-feira, 5 de Junho de 2008
1º Paralelismo nos preços não implica certeza de concertação de preços? Talvez não. Mas implica uma probabilidade elevada de concertação de preços? Certamente que sim. Que precisa então mais a Autoridade da Concorrência para dar um parecer de concertação? Eu explico: falta coragem. Coragem para “mexer” com um conjunto poderoso de interesses. E nós só conseguimos ver a ponta do “iceberg” que é esse conjunto de interesses. Os rostos da especulação e exploração estão escondidos: são corporações, seitas, gente de poucos escrúpulos que não se importa de fazer sofrer muitos para seu próprio proveito. O povo é sereno, mas não é parvo. Não nos passem atestados de estupidez.
2º Mourinho no seu melhor. Dá graxa aos “macarrones” e, em conferência de imprensa em terras de Dante, despreza a língua de Camões a pretexto da facilidade de comunicação. Mestre da polémica, prepara mais encaixes financeiros e desportivos de relevo. Temos de lhe fazer uma vénia: o homem tem cabeça e ginete.
3º Pinto da Costa aos “papéis” no telejornal da SIC . Isto foi coisa que nunca pensei ver! Ele devia saber que pareceres de catedráticos portugueses não podem ter grande valor lá fora, pois lá fora sabe-se que muitos dos catedráticos de cá são mais incompetentes e menos inteligentes que muitos dos seus alunos, já para não dizer que poucos trabalham realmente a sério e estão actualizados. O Sr. Pinto da Costa cometeu um erro de cálculo, mas não o pode confessar. O Sr. Pinto da Costa é humano. Contrariamente ao que os muitos sócios e adeptos do FCP possam pensar, o Sr. Costa não é uma divindade imune a erros e a inclinações. Diria que é o princípio do fim. Só é pena a justiça não ter acordado mais cedo para detectar as manhas e os ardis deste Sr. que não apela para a moralidade mas para a lei, como se a lei e respectiva aplicação fosse sempre moral. As escutas podem não valer do ponto de vista da lei, mas é uma baixeza moral o que elas parecem ter revelado. O Sr. Pinto da Costa quer confundir lei com moralidade. Não pode ser, caro Sr. Costa, não pode ser. Não nos queira mandar areia para os olhos.
4ª Hillary perdeu. Isto revela que ou os americanos são mais chauvinistas que racistas ou (ao contrário do que eu pensava) são mais espertos que estúpidos. O Obama deu um “bigode” á Primeira-dama da década de 90, lá isso deu. Mas agora já está a endurecer o discurso contra o Irão para ganhar votos aos republicanos, possivelmente para ganhar os votos dos republicanos que não se revêem no Mcain. Obama é o exemplo vivo de que a Teoria da Evolução é uma boa teoria: sobrevivência do mais apto, isto é, daquele que melhor se adapta ao meio.
Sonoro: nop
Domingo, 1 de Junho de 2008
Portugalices...
Depois de um período de interregno, determinado pela necessidade de me tornar um filósofo profissional (em vez de permanecer no nível diletante), volto agora momentaneamente à “antena” para criticar o que me parece andar francamente mal com os (por)tugas.
Primeiro, a crise dos combustíveis e os comportamentos estranhos que alguns dos portugueses têm por causa dessa crise. Não compreendo, sinceramente, como é que há pessoas que passam horas a fio nas bombas para poupar, digamos, cinco a dez euros por dia (na melhor da hipóteses, e só alguns), e depois vão gastar esse “ganho” em coisas absolutamente triviais, como tabaco, bebidas, cromos do Nody e gomas para os filhos, gorjetas nos restaurantes, idas a Setúbal para ver o mar em domingo saloio, etc. Será que este pessoal não percebe a estupidez do acto de perder horas preciosas da sua própria vida para poupar euros que depois gastam desmioladamente ao desbarato? Na melhor das hipóteses, são sovinas – pois pobres não são, pois nenhum pobre que é pobre tem carro próprio, paga seguros, gasta dinheiro em combustível, etc. Na pior das hipóteses, são parvos, pois não se dão conta que duas horas de vida perdidas numa fila para a bomba de gasolina não podem ser compensadas por aquilo que esse mísero dinheiro normalmente lhes permite comprar depois. É a tacanhez no seu melhor. É a mentalidade portuguesa do Estado Novo a funcionar: poupe-se cinco cêntimos aqui e ali para se os gastar depois em coisas que não têm jeito nenhum.
Segundo, o Rock em Rio. Alguém já se deu ao trabalho de fazer contas por alto? Vejamos, 53 euros por dia vezes 90 000 pessoas (primeiro dia) dá um valor bruto de 4 770 000 euros. Agora, multiplique-se por 3 (dias). Dá: 14 310 000 euros por um fim-de-semana. Agora deduzam-se os custos (bandas, estrutura, impostos, etc). Digamos, 7 000 000 de euros na melhor (pior) das hipóteses? 7 310 000 é o saldo líquido, mais coisa menos coisa. Meu Deus! Estão a ver quanto é que a organização lucra com a “festa”? Não admira que eles queiram tornar o evento permanente. É um negócio das arábias! E até se percebe a mentalidade ganhadora e capitalista, assim como o mérito, dos organizadores. Mas, de onde aparece tanto dinheiro NUM PAÍS EM CRISE? Ouvi alguém dizer na TV que “Ah, pois, faz-se um esforço nestas ocasiões”. Tenham paciência! 53 euros é quase 15% do ordenado mínimo português! Por outro lado, há mais de 400 000 desempregados em Portugal, dos quais 60% são jovens à procura do primeiro emprego; quer dizer, mais de 200 000. Desses, aposto que cerca de 50 % foram ou vão ao Rock em Rio (ou a outros festivais de verão) pagar exorbitâncias para ouvir gajas que tocam mal, bêbadas e gajos do tempo da avózinha. De onde vem, pois, o “arame” que estes jovens desempregados gastam nos bilhetes, nas bebidas, nos jantares, na droga, nos transportes (incluindo carros novinhos em folha exibidos por muitos deles)? Bom, é óbvio que vem dos papás, das titis, das vovós, etc. Em muitos casos, os papás são ricos graças à exploração das pessoas que trabalham para eles. Noutros casos são ricos graças à especulação financeira ou em função de um qualquer trabalho que não tem qualquer utilidade social a longo prazo. Noutros casos ainda o dinheiro vem de empréstimos bancários que ou não vão ser pagos ou são pagos a taxas de juros altíssimas que servem para engordar banqueiros e especuladores, criando-se assim gritantes desníveis sociais. Enfim, uma mistura explosiva entre Rock em Rio e capitalismo. Eis a sociedade em que vivemos. Declama-se o mantra da liberdade e esquece-se quase sempre que a liberdade implica responsabilidade. Dar a ganhar 7 000 000 de euros a alguém num fim-de-semana ajudando assim a hipotecar o futuro de uma sociedade não me parece ser uma atitude responsável mas sim profundamente estúpida e egoísta. Não se trata de ser Velho do Restelo, trata-se de ver que algo está decididamente mal na forma como quase sempre inconscientemente conduzimos – mal – a nossa existência enquanto sociedade.
Para último lugar deixo o melhor... Perdão, o melhor do pior. Vamos chamar a esta maleita que tem afectado muitos portugueses de Viseu e arredores, incluindo “imigras” fans incondicionais o Tony Carreira e de outros “pimbas” (de facto nada pimbas, apenas mantendo essa imagem por razões comerciais e financeiras), a SSNF, isto é, a Síndrome da Selecção Nacional de Futebol. A SSNF é diagnosticável a olho nu. Os principais sintomas são: Primeiro, a sobrevalorização do futebol e de alguns futebolistas, elevando-se muitos deles à condição de semi-deuses, algo que já vem do tempo em que gregos veneravam os seus desportistas como seres sobrenaturais, e os romanos veneravam os seus gladiadores como heróis de guerra. Segundo, sobrevalorização da vida diária dos integrantes dessa selecção de “todos nós”. Terceiro, sobrevalorização da actividade diária dessa selecção. Quarto, esperança generalizada mas infundada por parte dos acólitos na obtenção de um resultado favorável no Euro 2008. Quinto, patriotismo desmedido que roça o ridículo, que ignora a cada vez maior ausência de fronteiras culturais e económicas entre Portugal e ou outros países europeus, que esconde a insatisfação generalizada mas tantas vezes confessada com a situação sócia e económica, etc.
Como qualquer doença tem causas, também há causas para a SSNF. A primeira é o sentimento de impotência que afecta muitos portugueses. Como muitos não conseguem ser felizes, ou ter a condição sócio-económica que desejariam ter, ou a saúde, ou as mulheres e os homens que desejariam, etc., optam por colar-se àqueles que têm todas essas coisas, isto na esperança de partilharem um pouco do seu sucesso e felicidade. A segunda é a manifesta falta de inteligência por parte de muitos que fazem criam ídolos que não lhes são de modo nenhum superiores. O facto do Cristaldo ser rico, ter as mulheres que quer (e aguenta, claro), ser famoso, ser o melhor jogador do mundo, blá, blá, não faz dele um ser superior. Pode fazer dele um tipo bem-sucedido (e quantos há que falham? Mas ao falhanço ninguém se quer associar), mas não é um Deus, nem um semi-deus. Nem sequer representa bem o país. Um tipo que está em Inglaterra há quatro anos e ainda não sabe falar inglês (facto notado por um meu amigo britânico do Man United) não pode ser muito esperto nem superior. Está certo, percebe da bola. E depois? Então o Ti Manel serralheiro não percebe de metais? E o juiz de direito não percebe de leis? Que faz deles seres inferiores comparativamente ao Cristaldo? Eu explico: NADA! O que há é uma impressão de maior valor por causa dos exorbitantes milhões que teimamos em pagar aos cristaldos, milhões que saem directamente dos nossos bolsos e que pagamos para vermos maus espectáculos (de futebol, como o que vimos ontem em Viseu). O que acontece é que a nossa sociedade é cada vez mais mediatizada e permite a entronização destes caramelos, normalmente pessoas sem qualquer talento a não ser para dar pontapés numa bola num jogo que raramente é emocionante e é comparativamente inferior a muitos outros (aliás, é óbvio que o sucesso deste jogo tem a ver com a tacanhez do ser humano, muitas vezes mais preocupado com o sangue e a canelada do que com actividades lúdicas que possam melhorá-lo). E isto leva-nos para a última causa do SSFN: a mediatização. A televisões e os jornais, à falta de melhor, não se cansam de apresentar reportagens sobre o tópico. Aliás, não são reportagens: são descrições pormenorizadas da futilidade e da inutilidade intrínsecas da vida da Seleção e dos seus integrantes. Essas mensagens sem valor e sem sabor entram no subconsciente das pessoas mentalmente mais fracas, estupidificando-as, incutindo-lhes um desejo de vitória alheia em causa própria, tornando-as invejosas, gananciosas, criando-lhes falsas expectativas de sucesso. Desenganem-se! Mesmo que Portugal ganhasse o Euro, coisa que eu muito duvido (até duvido que ganhem um jogo, que seja), isso não iria melhorar substantivamente a vida dos portugueses. Continuaríamos a ter fome, miséria, aumentos dos combustíveis, especulação desenfreada, desníveis sociais, problemas ambientais, etc.
O que vale é que, tal como muitas constipações que vêm e vão sem que nada façamos para as curar, ou como um placebo que se dá a um doente mental, também a SSFN é doença ou placebo de pouca dura. Depois da pseudo euforia, da pseudo bonança, virá a tempestade novamente. Nessa altura o Cristaldo poderia doar grande parte da sua fortuna para os pobres e os necessitados, ficando apenas, como a maior parte dos portugueses, com menos do que nada para sobreviver. Ele não quer isso, claro. Ele sabe bem o que isso é, mas já o esqueceu, pois compra carros de 500 000 euros em vez de doar esse dinheiro a quem precisa (e a FPF ainda lhe paga, com dinheiro dos nossos impostos, para ele fazer uma coisa que gosta e o promove!) Coitado do Cristaldo, não vê que seria esse acto de generosidade faria dele um semi-deus, e não a parvoíce generalizada que lhe invade o (assim parece) diminuto cérebro de adolescente serôdio. Mal por mal, dêem-me o Figo. Esse ao menos tem algum sentido de responsabilidade social.
E depois, por que raio o Presidente recebe estes tipos? São representantes da nação? Ok! Então e os outros que representam a nação mas em eventos não mediáticos. Por exemplo, investigadores que vão lá para fora desenvolver trabalho científico deveriam ou não ser recebidos pelo PR antes de irem? Deveriam? Não são? Porquê? Que raio de critério é este. É o critério mediático? Isto está perdido... Se nem o PR se safa, que dizer dos outros. Talvez o José, aquele José que acha que liderar não é mandar, porque mandar é castrar. Mas alguém tem dúvidas que quando o josé tem de mandar manda mesmo? E alguém tem dúvidas que quando o José tem de queimar alguém queima mesmo? Hipocrisia... Nah! É o Mourinho a vender livros dos amigos com conversa fiada. É para fazer mais uns cobres. Ele é amigo do seu amigo.
PS: Também adoro a dominguice. Eles com roupa que é suposto ser casual mas que lhes custa metade do ordenado. Depois vão fazer um crédito bancário para pagar a água e a electricidade lá de casa. Elas com roupa justa para salientar os imensos matacos mais os imensos pneus de gordura, cujos perfis são agravados por calças e saias de cintura baixa. Incrível! Por muito que os difarcem, não conseguem. Querem ser a Soraia, mas dão-se ares ridículos de Bicha Castello Branco. Depois são os putos mimados a chorar por gelados e bugigangas. Normalmente os pais não lhes ligam nenhuma porque estão a galar a mulher do próximo, e elas os maridos das outras que têm aquela roupa que elas acham fixe mas que, invejosamente, deitam abaixo com as línguas venenosas. Há também artolas (como eu) a passear cães ou a andar de bicicleta com ar de superioridade, como se fossem donos do mundo e senhores de todo o saber. Parvos, claro! Há barrigudos que passam o dia a ver o mar e a beber cerveja na esplanada. Há polícias em patrulha que não patrulham nada e passam o turno na conversa, ao telemóvel e a fumar. O Domingo é um mimo! Para descobrir os gostos do portuga médio, vá-se ao domingo àqueles locais que aos dias de semana estão (graças a deus!) vazios. É um espectáculo o digno de um retrato (a)social.
Estou:
Sonoro: Brandi Carlile - Follow
Quarta-feira, 26 de Março de 2008
Nem todos os finais são felizes. Não me apetece voltar, mas tem de ser.
Até já.
Estou:
Sonoro: nop
Quarta-feira, 19 de Março de 2008
Confesso que o filme 2001, Odisseia no Espaço não me entusiasmou muito na primeira vez que o vi. Depois revi, e revi, e revi, e revi, e desde então não me canso de rever. Infilizmente nunca li o livro que está na origem do filme. Chama-se "Sentinela" e foi escrito por um senhor que morreu hoje: Arthur C. Clarke. Comparável a figuras como Asimov e Dick, Clarke foi um visionário, um Julio Verne do século XX. alguém que percebeu o pequeno que somos à escala do infinitamente grande.
Obrigado pelo sonho, Arthur.
"
Estou: sideral
Sonoro: Bowie - Space Oddity
Quarta-feira, 12 de Março de 2008
...cuidem-se! As máquinas que detectam plásticas estão a chegar. ehehehe.
Da próxima vez que for sair com alguém para cima dos, digamos, 60 anos, leve uma destas consigo.
http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080311172543&z=1
Estou:
Sonoro: Super string theory lectures
Segunda-feira, 10 de Março de 2008
My best friends nowadays are:
and...
and also...
There must be something wrong with me…I wander what it is?
Well, let`s ear some fine music and relax
bye bye!
Sonoro: Belle and Sebastian - The state I am in
Estou: a desfazer-me em ideias
Sábado, 1 de Março de 2008
Qual sistema de ensino? Os senhores profs do secundário agarrados à ideia de carreira parasítica no estado não fazem a menor ideia do que deve ser um sistema de ensino. Também, não lhes compete a eles saber. O que eles querem é condições e regalias. Está bem...
Ei-los no seu melhor,
pedindo mais do mesmo aqui.Não devem ter visto esta palestra, coitados.
Estou: macabro
Sonoro: sono
Quarta-feira, 27 de Fevereiro de 2008
Há imensos argumentos a favor e contra a existência de Deus. Não faço ideia de qual será o mais correcto, se é que há algum correcto. Há já algum tempo que tenho a impressão de que o assunto é indecidível. Por muitos Agostinhos, Aquinas, Leibnizs, Humes, Kants, Nietches e Dawkins que por aí apareçam, não há forma de dizer se Deus existe ou não recorrendo a argumentação racional, pois isso seria o mesmo que dizer que as propriedades de um ser absoluto poderiam ser escrutinadas e questionadas por seres menos que absolutos, o que é ridículo. Mas enfim, vá-se lá saber.
Há contudo alguns argumentos famosos que de tempos a tempos vêm “à baila”. Um deles é o Argumento do Desígnio, com o qual os profissionais da argumentação, pró ou contra a existência de Deus, perdem milhares de horas. O argumento diz basicamente que a perfeição, a organização e a forma de ser das coisas em geral indicam a presença de um engenheiro (para variar a metáfora do arquitecto) inteligente todo-poderoso que tivesse criado o mundo e disposto a coisas de uma determinada maneira para que pudessem existir e “funcionar” como as vemos existir e “funcionar”. Mas o Hume (o malandro!) e outros tipos inteligentes encontraram imensas falhas neste argumento, ao ponto de os crentes em Deus (com dois dedos de testa) deixarem de o usar. Mais tarde veio o Kant e apresentou (lá pró meio, fim da Critica da Faculdade de Julgar) um argumento a favor de um "talvez... ” Este argumento não é tão conhecido e não é tão atacado porque Kant, outro tipo espertalhaço, teve o cuidado de falar pouco em Deus dessa feita. Grosso modo, ele só disse que a forma como as coisas estão dispostas, e principalmente a forma como conseguimos perceber a sua perfeição e beleza, são bons indicadores que a natureza funciona “como se” tivesse sido desenhada para conseguirmos perceber essa perfeição e essa beleza. Este argumento, também conhecido por Argumento Teleológico, é menos atacado que o Argumento do desígnio porque os Anti-Deus, ou os agnósticos como eu, não têm por onde lhe pegar. Afinal, que é isso de a Natureza ser como é de forma a podermos perceber nela a beleza e a perfeição? Como falsificar essa hipótese? É difícil, senão mesmo impossível.
Kant tinha razão numa coisa. Há em nós uma espécie de sentimento do “como se” de cada vez que nos concentramos numa propriedade sublime da natureza ou das coisas que dela fazem parte. Certos cenários são belos ou sublimes ao ponto de nos esmagarem a razão. Não podemos “saltar” daí para a existência de Deus, mas podemos sentir o “como se” entranhar-se nos nossos ossos, carne e alma. Esse foi o “fardo” que tive de "suportar" recentemente quando me deparei com os incríveis "Lochs" e as Highlands (as Terras Altas) da Escócia. Bem sei que foi um processo natural que formou aquelas imensas e majestosas montanhas cobertas de neve no topo, bem como os majestosos lagos. Bem sei que não posso inferir daí o que quer que seja, excepto, talvez, que há forças poderosas a operar na natureza. Mas foi “como se”, lá Isso foi.
Fala-se por vezes de experiências religiosas. Diz-se “Vi isto ou vi aquilo. É pá, foi divino!” Não me atrevo a ir tão longe. Digo apenas que me senti “como se...”, e estou um bocadinho menos agnóstico. Mas isto passa-me da próxima vez que ouvir falar de assassinos, violadores, pedófilos e catástrofes naturais (mal moral e mal natural) nas notícias.
Estou: abismado
Sonoro: Love will tear us apart - Joy Division
Domingo, 17 de Fevereiro de 2008
... a intenção é boa. Claro que há interesse comercial. E daí?
http://www.missaoadopcao.com/page/home
Somos pelos cães. Ainda e sempre os melhores compinchas do homem.
Sonoro: By my side - Inxs
Estou: Amigo distante
Terça-feira, 12 de Fevereiro de 2008
Cá vai a minha prenda para a minha "valintine"
Depeche Mode 2005
Precious
Precious and fragile things
Need special handling
My God what have we done to you
We always tried to share
The tenderest of care
Now look what we have put you through
Things get damaged
Things get broken
I thought we'd manage
But words left unspoken
Left us so brittle
There was so little left to give
Angels with silver wings
Shouldn't know suffering
I wish I could take the pain for you
If God has a master plan
That only He understands
I hope it's your eyes He's seeing through
Things get damaged
Things get broken
I thought we'd manage
But words left unspoken
Left us so brittle
There was so little left to give
I pray you learn to trust
Have faith in both of us
And keep room in your hearts for two
Things get damaged
Things get broken
I thought we'd manage
But words left unspoken
Left us so brittle
There was so little left to give
Estou: chuaak!
Sonoro: Precious
Sexta-feira, 8 de Fevereiro de 2008
... para mandar o politicamente correcto às urtigas e irritar as damas em vésperas de "Valentines day".
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Há grandes questões que me inquietam...
1ª Qual o sentido da morte? (o sentido da vida é mais do que evidente)
2ª Porque é que há coisas? (Esta é do Leibniz e a resposta, circular, claro, é capaz de estar no Princípio Antrópico Fraco).
3ª Deus existe? (Acho que a resposta desta está na própria pergunta, é só puxar pela carola)
4ª Que podemos saber? (Esta é do Platão, do Descartes e do Kant, entre muitos outros; estou a trabalhar nela)
5ª Como devemos agir? (Esta também é do Kant e de muitos outros. É talvez a mais importante. A minha resposta é: devemos agir bem sempre que possível e evitar agir mal quando pudermos. Mas isto é “curto”)
6ª Que querem as mulheres dos homens? ( Para esta, por mais que tente, não consigo encontrar uma resposta de jeito. Umas querem isto, outras aquilo, outras ainda aqel´outro. Ó pá! Dêem-me perguntas fáceis como as 5 primeiras, por favor!)
(o que os omes – mesmo omes – querem das mulheres é óbvio)
Sonoro: The River - Bruce Springsteen
Estou: gozão
Segunda-feira, 4 de Fevereiro de 2008
Há dois caminhos no que toca a tentar perceber o mundo. Podemos tentar fazê-lo usando racionalidade, seriedade, inovação, criatividade, espírito crítico e método. Ou então podemos optar pela intuição cega, pela crendice, pela futilidade, pelo obscurantismo e em geral por tudo o que é arbitrário ou não pode ser demonstrado. Qual é o caminho indicado? Eu já escolhi...E você? Também? Então ignore 95% da porcaria que lhe oferecem em blogs na internet (sapo incluído). Faça ouvidos de mercador a 80% dos jornalistas, 98% dos advogados ou agentes da “justiça” (incluindo juízes), 90% dos militares, 75% dos sociólogos, 85% dos psicólogos, 98% dos políticos, 99, 5 % dos terroristas (os 0,5% referem-se aos terroristas ecológicos, os gajos da Greenpeace e isso, que bloqueiam barcos e coiso), 100% dos fanáticos (religiosos, clubísticos, etc), 95% dos padrecos e adeptos de teorias obtusas indemonstráveis, 65% dos condutores de táxi, 80% dos artistas (principalmente os portugas, o que põe os artistas bem abaixo dos taxistas, como deve ser), entre muitos outros. Mas, principalmente, não dêem ouvidos a 99,9 % dos filósofos. Como o gajo que escreveu isto tem a mania que é filósofo, a quem é que acham que pertence o 0,000000000....001% dos filósofos a quem devem dar ouvidos? Pois está claro! Vêem? São inteligentes (ou talvez não)
Sonoro: Stephen Hawking - A Briefer History of Time
Estou: ignóbil
Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008
1) Os britânicos ligam tanto ao que se passa em Portugal quanto os portugueses ligam ao que se passa no Burundi. É preciso dizer mais?
2) A campanha publicitária da TMN que faz alarde à hipótese de tráfego ilimitado de dia *ou* de noite vale-se de um uso ambiguo do “ou”. O que eles querem dizer é que se o tráfego é ilimitado de dia não é de noite, e se é de noite não é de dia. Em termos mais técnicos, diz-se que a disjunção é exclusiva, pois o significado do “ou” exclui um dos disjuntos. Mas a frase está construída para parecer que a disjunção é inclusiva, no sentido em que ambos os disjuntos obtêm. O que se quer fazer passar é a ideia de que o tráfego é ilimitado de dia ou de noite conforme o cliente queira usar esse bónus de dia ou de noite, mas não é isso que resulta do contrato que o cliente assina. Eu já sabia disto, mas há muito boa gente que não lê as letras pequenas e depois tem uma desilusão. Leiam as letras pequenas!
Estou: tramado, catano!
Sonoro: The Strokes - The end as no end